Um blogue de pequenas causas.
Este blogue é da responsabilidade de um lisboeta com frequência universitária (Biologia), ex‑jornalista actualmente trabalhando na área informática.
Isto e tudo o mais ou será óbvio, ou irrelevante. (Vd. manifesto.)
IBSN:
Sentadas na paragem à meia‑noite, de regresso a casa após o turno da limpeza:
«Ai, que está um frio agora à noite!…»
«Vocês, as novas, estão sempre com frio! A mim dá‑me cá uns calores! Se arranjasse agora um velho, partia‑o todo!»
às 12:30, por Zarolho
Quem confessar que aprecia a música de Wagner — que lhe aquece o sangue e arrepia a nuca aquela sonoridade grandiosa — esse é olhado com desdém e desconfiança e passa a ser conotado com tendências ideológicas cujos precursores remotos só começaram a tomar forma concreta uns bons quarenta anos depois do falecimento do compositor.
Quem por outro lado se assumir como adepto da filosofia de Heidegger — que foi militante encartado do N.S.D.A.P. e se manteve comprometido com a respectiva ideologia durante e mesmo após a Segunda Guerra Mundial — esse é saudado como um ludita corajoso, desmascarador do «positivismo tecnicista» e associado a círculos de uma certa esquerda onde se misturam apelos à liberdade, à tolerância e ao vegetarianismo.
às 17:19, por Zarolho
Se acham que «às armas» é de mau gosto, topem a “versão” anterior (1834-1910); muito literalmente, “rezava” assim:
Ó Pátria, ó Rei, ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal ConstituiçãoViva, viva, viva o Rei
Viva a Santa Religião
…
Letra e música de Pedro de Bragança e Bourbon (quarto de Portugal, primeiro do Brasil), que era liberal e modernaço e ganhou ao irmão, reacionário, ultramontano e obscurantista. Por esta amostra, livrámo-nos de boa!
às 05:06, por Zarolho
…é fundamental dominar-se o inglês.» Então não é? Alias, é como
às 04:48, por Zarolho
A Carla bloga mais com postas de três linhas do que muitos em longos ecrãs de letra miúda: Eis dois exemplos.
Etiquetas: blogagem
às 00:47, por Zarolho
Google maps ensina: As mais importantes cidades de Portugal são: Porto e Oeiras.
às 03:39, por Zarolho
Chofér da Carris: «Mostre-me lá o seu bilhete!»
Cigana vendedeira: «Não mostro nada!»
Chofér da Carris: «Ai, que eu chamo a Polícia!»
Cigana vendedeira: «’Tá aqui, seu paneleiro!»
Chofér da Carris: «Mas olhe que a porta de entrar é a da frente. Ainda não estamos na sua terra!»
Cigana vendedeira: «A minha terra é aqui!… Sou lisboeta, basta ver que falo mal…»
(E mais um a menos.)
às 00:32, por Zarolho
Oh, senhores! Já que só pensam em futebol, já que não falam de outra coisa no café, no barbeiro e no autocarro, já que é a coisa que mais vos emociona — ao menos que percebessem alguma coisa de futebol!
Atenção: Mesmo tendo perdido com a França, foi uma meia‑final, o “rapazes” não vêm para casa! Ainda há o jogo de consolação, para a decisão do terceiro lugar — ainda por cima contra a selecção anfitriã!
Por que é que ontem à noite e hoje de manhã — no autocarro, na rulote, no café, na paragem, no táxi, no serviço, nos jornais até, ninguém fala em Alemanha nem em terceiro lugar?…
às 12:41, por Zarolho
Ao reler, narcisista inseguro, uma posta recente, apercebi‑me de grave erro meu:
O “caso” de Carlos e Joana, gerados por P.M.A. e agora namorados é dado como exemplo de uma das supostas inconveniências da lei — o facto de o dador ser anónimo.
Devo ter lido o original em diagonal demasiado obtusa, já que contra‑argumentei que a identidade registada do dador é irrelevante perante a possibilidade de testes genéticos aos eventuais filhos deste, testes esses bem mais fiáveis que quaisquer registos perecíveis e falsificáveis.
Mas uma leitura minimamente atenta revela porém que os opositores da lei que assinam este panfleto estão ao corrente desta possiblidade de despiste de eventual consaguinidade e acautelam‑na no texto:
têm medo de fazer o teste não vá serem irmãos!
Releio incrédulo. Querem casar, têm medo de ser irmãos (mais exactamente meios‑irmãos), e por isso não fazem o teste?! Que prova de maturidade!! Se têm assim tanto medo, certamente também não iriam pedir às mãezinhas que fossem remexer nos papeis à procura do não‑anónimo mas certamente desconhecido dador de esperma. Ou supõe‑se que, sem anonimidade, a figura do dador seria tema corrente no lar de família composta por pai (incapaz ou incompatível), mãe, e filho(s) de dador não‑anónimo?!
Que argumento absurdo! E zarolho fui eu ao não ver isto mais cedo e perder assim tempo com o que não merece!
às 14:36, por Zarolho
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