Um blogue de pequenas causas.
Este blogue é da responsabilidade de um lisboeta com frequência universitária (Biologia), ex‑jornalista actualmente trabalhando na área informática.
Isto e tudo o mais ou será óbvio, ou irrelevante. (Vd. manifesto.)
IBSN:
«Ó senhor motorista, não se exalte! É só por um bocadinho, para resolver este problemazinho, e eu saio já!…»
às 09:13, por Zarolho
Na sequência do resultado do encontro de hoje entre o Sarrafense F. C. e o Desportivo de Pancadaria, aguentaremos a esperança por mais uma semana. A laranja já está, venha o bife, tal como há dois anos.
Mais uma semana pois, com todos a apoiar a selecção, todos incluindo a Carris, essa empresa estatal de transporte colectivo rodoviário urbano no município de Lisboa: Mais uma semana em que, sem que ganhem os “magriços” nada com isso, metade do tempo estarão os dísticos das viaturas da Carris tomados por mensagens de manifesto apoio futebolístico: «44 Mq. Pombal», 10 segundos; «Carris apoia selecção», 10 segundos; repete. Claro que sempre naqueles 10 segundos em que é preciso decidir se corro para este ou para aquele…
Não fui o único a reparar nisto…
às 23:11, por Zarolho
Chegou à mão deste zarolho um texto (via e-mail; mais tarde soube que saiu no Público de 28 de Maio último), em protesto contra a aprovação da lei sobre Procriação Medicamente Assistida, em Maio passado, sem que tivesse sido precedida por um referendo, a favor do qual se fez petição.
Cito a introdução, que, por meio de exemplos, revela as preocupações dos dinamizadores da dita petição:
António, portuense de gema, é meio psicopata. Como sabe que não há limite para ser dador tem um sonho (louco) de ser pai de mil crianças. Pode? Pode, porque na nova lei não há qualquer limite para um homem ser dador
Depois de assistirem a uma sessão de esclarecimento, em Faro, Maria e Francisco perceberam o problema: o que fazer dos três embriões congelados há anos? A idade desaconselha a educação de uma nova criança (e há três embriões), e Francisco recusa-se que outra mulher possa receber o embrião. Explica que não quer dar de caras, no futuro, com um filho que não conhece. E destruí-los? Quem decide? O médico?
Carlos, lisboeta, concebido artificialmente, namora com Joana, também concebida da mesma forma. Querem casar, ou viver juntos, mas têm medo de fazer o teste não vá serem irmãos! É que eles não sabem, nem podem saber, porque o dador é anónimo.
Teresa, alentejana de Évora, concebeu artificialmente, mas nada disse ao marido, porque a lei permite que a mulher possa conceber artificialmente quando quiser. E assim viveram anos. O filho/a é herdeiro/a?
Vejo na situação de Teresa um falso problema: Mesmo sem P.M.A., sempre houve cornos e bastardos. Sugiro que se use o mesmo procedimento legal para estes novos casos. (De resto, qual seria a alternativa? Que uma mulher casada só possa recorrer à P.M.A. com autorização do marido? É papel do estado impedir este “adultério light”, quando não se imiscui activamente no “adultério clássico”?)
Já no que toca a Carlos e Joana, a resposta, menos trivial, é simples: Para saber se duas pessoas são irmãos, ou mesmo meio-irmãos, não é necessário saber nada sobre os respectivos pais (nem seria seguro confiar em registos burocráticos): Testes relativamente simples aos grupos sanguíneos (os da coagulação, AB0 e Rh, e os exclusivamente forenses, como MN e outros) dão resposta negativa (i.e., podem dar a certeza de não-“consanguinidade”) com exactidão realista e, para os casos mais exigentes, testes de comparação de ADN dão resposta positiva.
Este segundo exemplo, a mim que sei algo do assunto, mostra que o texto de Pedro Vassalo está eivado ou de má-fé ou de ignorância. Não vou perder tempo (por não dominar as áreas de Direito necessárias) a aferir que mais disparates, intencionais ou propositados, se escondem nos outros exemplos.
às 01:22, por Zarolho
Recebido, e salvo do caixote:
From: Boutique de Humor
<ufkhy@yahoo.com>
Date: Sat, 25 Mar 2006 10:47:38 +0100
Subject: N.Senhora de Fátima -
CD- Rom Milagre de Fátima
(Sublinhado nosso.)
às 15:00, por Zarolho
Quando, ainda no “consulado” lisboeta de Abecassis, se lançou a ideia de mobiliário urbano para suporte exclusivo de publicidade, houve protestos contra a futilidade da medida, quando contrastada com riscos e necessidades.
Para acalmar estes protestos garantiu‑se que apenas uma face dos ditos suportes teria publicidade, sendo a outra guarnecida de um mapa de arruamentos, tão útil nesta cidade de turistas e forasteiros. Estávamos em 1985…
Sabemos o que sucedeu a esta promessa: Apenas uma minoria dos suportes inaugurados à época chegou a mostrar os tais mapas, tendo os restantes, tal como tudo quanto foi inaugurado desde então (postes com bandeiras, abrigos de paragem de autocarro, mupis) publicidade em ambas as faces.
Esta publicidade é mudada com frequência — quinzenal, semanal, mesmo diária —, a que for ditada pelo calendário dos eventos de marketing. Os mapas, esses, foram ficando, fazendo‑se obsoletos à medida que a cidade muda.
Actualmente temos à escolha dois modelos: Um de 1991, outro de 1985. Nestes falta o Eixo Norte‑Sul, a Av. Lusíada, a ponte Vasco da Gama, todas as estações de metro posteriores ao prolongamento a Alvalade, Sete Rios e Entre‑Campos, todas as transversais à direita de quem segue na Av. Gago Coutinho rumo ao Relógio, e os “arrabaldes” de Belém, Telheiras, Benfica e (claro!) Oriente.
Por outro lado, a Av. Infante D. Henrique é mostrada ainda como um traçado virtual, e somos recordados de estações ferroviárias já desaparecidas: Rego, Laranjeiras, Cruz da Pedra, Torre de Belém e Pedrouços. Para nostalgia dos lisboetas e confusão dos visitantes.
Mas, se quem manda “nisto” não se detém com “picuinhices” como isso de actualizar mapas (que consabidamente é coisa que «só dá confusão — não se meta nisso, homem!»), não é porém insensível às exigências do design no mobiliário urbano, marca de uma vibrante metrópole europeia.
Assim, em 2005, muitos destes suportes (ainda que não mostrassem sinal de detrioração — prove o contrário quem puder) foram substituídos por novo modelo. Os mapas, antigos de 20 anos, foram criteriosamente recolocados, e mantêm‑se em uso e à vista, testemunhos de uma memória esquecida.
às 21:05, por Zarolho
Num momento perturbante e provocador, a Lâmpada Mágica questiona qual é “a” Europa realmente “civilizada”, por comparação do pacífico Portugal‑Espanha 2004 com o recente e atribulado Polónia‑Alemanha 2006 (e de caminho dando de barato a importância das “rivalidades históricas”).
Ora bem: Estando este zarolho certo de que “este país” não é certamente satisfatório, e sendo demasiado optimista para aceitar que “lá fora” seja ainda pior, desenvolvi a seguinte “leitura”:
Posto que nem a Alemanha nem, muito menos, a Polónia sejam exemplos a seguir ou modelos a almejar, ao contrário da Suíça, Nova Zelândia, Países Baixos e países nórdicos, e também para obviar retractações se houver pancadaria nalgum jogo Suécia‑Finlândia ou Noruega‑Dinamarca (por falar em rivalidades históricas), postulo que é medida de civilização não dar grande importância ao “desporto‑rei”, sendo este deixado a uma fanática e violenta minoria não‑representativa.
Por outro lado, nos países como o nosso, onde o Parlamento pára para ver a bola, — os fanáticos e violentos (ainda que relativamente mais abundantes que em outras paragens) ficam em paradoxal minoria nos estádios, onde devem partilhar as bancadas com todos os que não estão em jardins, teatros, museus e bibliotecas.
(Isto também leva a um policiamento redobrado e eficaz, por preocupação com a segurança de pessoas normais: Nos países civilizados, quando os minoritários selvagens se degladiam em exclusivo, a bófia fica a ver e recolhe os despojos no fim.)
Fica assim “provado” que, mesmo sem porrada no Portugal‑Espanha 2004 e com ela no Alemanha‑Polónia 2006, continuamos a ser uns selvagens. (E, se non è vero, è bene trovato!…)
às 18:20, por Zarolho
Da documentação interna PT Contact / SapoADSL:
Existe tembem 2 ficheiros em excel que vos permite ver quais os clientes que vamos à conta deles levantar dinheiro.
às 18:37, por Zarolho
Quando a única livraria do Fonte Nova despertou, certa manhã, de um sono agitado, percebeu que se havia transformado, também ela, numa loja de roupa — a 24ª, por sinal.
E entretanto, no andar de cima, uma nova Castil tinha sido inaugurada… Por esta (e outras parecidas), escapa. Mas não nos façam muitas assim!
(Adaptado com a devida vénia…)
às 23:48, por Zarolho
Florescem em Lisboa jacarandás e tipus, auspiciosamente trazidos da América do Sul e judiciosamente plantados aqui, aqui e aqui (e em muitos mais lugares). Para nosso deleite.
Etiquetas: Ambiente
às 13:22, por Zarolho
Acrescentei com gosto ao álbum de blogues aqui ao lado a visão informada de José Milhazes, in loco onde tanta coisa acontece. “Dei” com este seu blogue por acaso, ao consultar o escasso segmento “aberto” do Público on line.
Notei, impressionado, o url próprio "http://blogs.publico.pt/darussia/
", que sugeria domicialição e serviço de um motor de blogue para colaboradores da “casa”. Muito bem — até ver o cabeçalho típico do Blogger/BlogSpot (tal como o que encima estas páginas), o que me levou a “picar” o endereço da página enquadrada:
É antes "http://darussia.blogspot.com/
", sendo o url próprio apenas o endereço de uma esquadria de janela única, recurso manhoso (*) preferido por quem dá mais importância a um url “jeitoso” que à facilidade do visitante saber onde está e lá poder voltar. (Quem não domina estas “técnicas de investigação web”, bem básicas que são, vai ter uma impressão duradoura de vitalidade e dinamismo on line do Público.)
É a diversificação: além de papel impresso e seus anúncios, vendem também, como tantos, papas e bolos…
(* Um exemplo prático: "http://pagina.de/brassica
". "Brassica" é "couve" em latim…)
Etiquetas: blogagem
às 12:40, por Zarolho
À atenção dos senhores da Microsoft Portugal: Qual é o plural de "ítem"?…
às 19:59, por Zarolho
Pode gostar‑se ou não de “Una Música Brutal”, sexta faixa do álbum La Revancha del Tango, lançado em 2001 pelos argentinos Gotan Project.
Mas, por muito bom que seja o tema em causa, ao fim de cinco anos já seria altura de os senhores da PT “mudarem o disco” e escolherem outra coisa qualquer para dar a ouvir a clientes em espera nos seus diversos serviços de atendimento telefónico.
às 14:42, por Zarolho
Confesso que não é o meu género de leitura, nem cobre qualquer tema que me interesse. Falo de Y, o suplemento das sextas-feiras do pasquim da moda.
Mas consigo reconhecer um nível de seriedade e profundidade jornalística que contrasta em absoluto com a imaturidade e superficialidade da quase totalidade dos restantes títulos dedicados à música e ao espectáculo (e mais ainda desde o desaparecimento do Blitz).
Daí que, ominoso e pessimita, este zarolho preveja que a breve trecho alguém da poupadíssima administração do Público “repare” no que ali tem e, tal como aconteceu com a revista do Expresso, substitua o Y por algum sucedâneo baratucho no mesmo “segmento”…
às 13:12, por Zarolho
Eu zébio
Tu bias
Ele fante
Nós moscada
Vós grossa
Eles ponto
(De notar que, nas três pessoas singulares, este verbo coincide respectivamente com os verbos "zebiar", "biar" e "fantir" — estes regulares —, sendo porém o primeiro aqui acentuado de forma anómala.)
às 15:00, por Zarolho
Lemos no sítio oficial da Câmara Municipal de Almeirim que a Microsoft considerou o projecto «Ribatejo Digital» um «case study». Este termo é um pau de dois bicos, pois é digno de estudo, por paradigma, não só aquilo que é modelar. Vindo de quem vem é tanto mais duvidoso como elogio, à luz de comparações recentes.
Como que a confirmar meu zarolho cepticismo, em outra página do mesmo sítio oficial a Câmara Municipal de Almeirim apresenta por ilustração à sua situação geográfica um mapa onde vamos encontrando erro após erro — aqui listados por ordem de “salto à vista”
Enfim, fraco exemplo de aplicação das novas tecnologias na gestão local et c., et c. Sem desculpa, quando não só há orçamento para cartografia de qualidade como também estão disponíveis para fácil substituição mapas estáticos de qualidade suficiente.
às 15:16, por Zarolho
© Olho e Meio