Este blogue é da responsabilidade de um lisboeta com frequência universitária (Biologia), ex‑jornalista actualmente trabalhando na área informática.
Isto e tudo o mais ou será óbvio, ou irrelevante. (Vd. manifesto.)
IBSN:
Raro é ver leitura em autocarros; a pouca que há é geralmente de jornais desportivos. (Ah, que diferença na Rússia: Nem бабушки de galochas, transportando da horta para casa o resultado do seu mourejar — batatas, cebolas, fruta da época —, dispensam um “tijolo” de 400 páginas no автобус.)
Esta manhã, ao meu lado no 46, vinha sentada uma rapariga (bem jeitosa, por sinal), que lia Anjos e Demónios, de Dan Brown (ed. Bertrand); ia ainda no princípio. Minutos depois, já no 50, esteve sentada à minha frente uma rapariga (também jeitosa, por sinal), que lia Anjos e Demónios, de Dan Brown (ed. Bertrand); ia já a meio.
Eu por mim, tendo terminado Shadow of the Giant (2005), de Orson Scott Card, estou agora a meio de um policial de 1946, Death of a Train, na sua versão em esperanto (Morto de Trajno). Não que seja muito melhor, note‑se, mas é diferente — quase único.
Quando todos cultivam soja este ano, ou girassol no outro, todos são igualmente vulneráveis às mesmas pragas, aos mesmos problemas de financiamento, às mesmas contingências meteorológicas, às mesmas flutuações de mercado; e vêem sempre do mesmo, a mesma paisagem monótona e alienante. Mas quem tem um quadradinho disto e daquilo, quem põe o que mais ninguém tem, quem tem eira e nabal — frui as vantagens da diversidade de culturas.
às 12:49, por Zarolho
© Olho e Meio