Olho e meio

Constrangimentos d’“a vida real” impossibilitaram a actualização deste blogue com comentários à medida da actualidade, mas, invulgarmente, não obstaram à sua redacção e registo em meio “deconectado”.

Assim, irei proceder à respectiva transcrição nos próximos dias, abusando da funcionalidade que me permite datar arbitrariamente as entradas deste blogue, recuperando desta forma para a posteridade o sentido da oportunidade captado a tempo apenas no avaro e autista papel.

As minhas desculpas.

Etiquetas: blogagem

2006:03:25 07:39:49 — na madru­gada de sá­bado para do­mingo do pri­meiro fim­‑de­‑se­mana a se­guir ao equi­nó­xio a hora tinha efec­ti­va­mente mudado…

Mas por que é que em tantas revistas, sendo prevista no seu projecto gráfico a omissão extraordinária do número de página caso no seu lugar caia anúncio ou foto “a morder”, usam e abusam deste recurso chegando a haver dúzias de páginas seguidas sem um único número?!…

Escreve na Visão desta semana (680, 2006.03.16: p.52) Boaventura Sousa Santos sobre a relação desconfortável mas incontornável entre o Estado e o Neocapitalismo. É um texto claro, bem estruturado e com uma ou duas ideas­‑chave “bem afinadas”. Concorde­‑se ou não, há aqui “chicha” — a tomar por alguns como alimento, por outros como ponta para se lhe pegar.

E assim é por que versa um tema inserido na área académica que o articulista realmente domina.

…O contraste é flagrante quando se compara este texto com outros em que o mesmo autor insiste vir “à chuva” para falar de Ciência, de Agricultura ou de Diversidade Cultural: Nada a fazer senão deixá­‑lo molhar­‑se, ainda que ele acabe sempre por salpicar alguém…

Tenho andado bastante distraído destas coisas das OPAs e confesso que de Economia pouco ou nada sei.

Por isso supreendeu­‑me saber (através da Visão de hoje) que um dos accionistas (ainda) actuais do B.C.P. é o próprio B.P.I., com 5,85%, e que, mutatis mutandis, o B.C.P. detém por sua vez 3,80% do B.P.I.

Pouco sei de Economia mas sei o suficiente de Matemática para perceber o que estas posses recíprocas acabam por significar. No Excel, isto dá um erro de cálculo circular: Para quem tem o assistente ligado, o cãozinho gane e alça a perna no canto do ecrã. Mas parece que há quem consiga abocanhar a sua própria cauda e regurgitar­‑se a prazo são e salvo.

É assim o trajecto entre duas povoações da província polaca chamada “Polónia Maior” (Wielkopolskie Wojewodztwo): as igualmente bem chamadas Konin e Piła.

Além de promover chalaça soez, serve a presente para chamar a atenção acerca deste último topónimo: Sim, contém uma “letra esquisita” (um "l" velar, como o de fim de sílaba à brasileira, ou como o mais antigo hábito perdido que nos deu "chapéu" em vez de *"chapel"…), e, sim, a dita “esquisitice” é ignorada no citado sítio da Michelin, exemplo banal entre tantos (cf. a saudação silvestrina em castelhano, desta forma amputada — mais uma chalaça soez…).

Mas não, não é um obstáculo técnico insolúvel. Qualquer computador correndo o Windows 98 ou posterior possibilita o acesso a este e a muitos outros caracteres ausentes no teclado (nem refiro outros sistemas operativos: tipicamente os seus utilizadores não necessitam de ajudas deste calibre menor!).

À laia de ajuda a pescador (para que seja mais que mero ictiívoro), deixo apenas um punhado de termos­‑chave:

• Mapa de caracteres (ainda que continue a recomendar o BabelMap)
• Copiar
• Colar
• Mudar o tipo de letra
• Memorizar atalho de teclado

Enfim, desenrasquem­‑se. Qualquer um pode fazer melhor figura que a Michelin — e não me refiro apenas aos pneus do boneco!

Uma bem necessária nota positiva: Tendo comprado bilhete ferroviário de longo curso já de mochila às costas, notou este Zarolho com agrado ter sido instalado em lugar contíguo à bagageira própria para tais volumes.

Afortunada coincidência? Política de relações públicas? Empatia fortuita do funcionário de serviço?… Fosse o que fosse, soube bem. Foi na bilheteira nº3 (C.P.) da Gare do Oriente.

No dia de hoje, deste ano em que se comemoram os 150 do caminho de ferro em Portugal, empossamos na mais alta magistratura do Estado quem mais fez (entre tantos que tanto fizeram) contra o transporte ferroviário no nosso país.